Olá a todos e a todas,
Voici un petit reportage sur la première action d’envergure entreprise sur le terrain, en novembre 2023. Cet article fait suite à l’article précédent présentant le projet de planter plus de 6000 arbres et arbustes, et de tailler des arbres sur une surface de 10 hectares, vous pouvez retrouver cet article en cliquant ici.
Em novembro de 2023, organizámos uma grande sessão de trabalho participativo no terreno, reunindo 16 voluntários e 4 membros da equipa do André Vizinho, durante 2 semanas.
Foi um momento maravilhoso de partilha e entreajuda, que conduziu a um resultado espetacular. A transformação do terreno já é visível!
Todo este trabalho exigiu uma grande organização logística, gerida com grande entusiasmo pela comunidade, pela equipa do André e por vários ajudantes, como o Artur, que instalou casas de banho secas perto das áreas de trabalho e fechou uma das divisões da ruína do monte (para guardar material), ou a Susana e a Denisa, que nos prepararam refeições muito saborosas que nos deram energia para nos focarmos no trabalho no terreno.
Durante a primeira semana, estiveram presentes cerca de uma dezena de voluntários que apoiam o projeto desde o seu início, principalmente de origem francesa, mas também alguns voluntários da região, que conheceram o projeto recentemente, e a quem agradecemos muito a ajuda e participação!
O estado de espírito durante estas duas semanas foi extraordinário, graças, sobretudo, à energia e motivação do André e da sua equipa, que partilharam o seu conhecimento com amor, sensibilidade e pedagogia, transmitindo aos voluntários bons métodos de trabalho para trabalhar em conjunto com uma energia revigorante.
A ideia desta colaboração com a equipa do André era que eles transmitissem o máximo possível dos seus conhecimentos, para que, gradualmente, nos possamos tornar autónomos, na medida do possível, e gerirmos nós próprios o terreno.
A primeira semana foi dedicada à poda de sobreiros e azinheiras. Muitas destas árvores estavam a precisar urgentemente de ser podadas e muitas nunca tinham sido podadas antes. Idealmente, a poda deve ser efetuada a cada 5 ou 10 anos e, no nosso caso, a poda vai melhorar muito o estado de centenas de árvores, fazendo com que estas não percam demasiada energia com ramos mortos ou muito danificados. A poda foi feita com muita atenção, paciência e determinação, e o resultado foi impressionante. Todos tinham pequenas serras ou tesouras de poda, e outros receberam instruções sobre como usar a motosserra. As orientações do André, do Sandro e do Francisco garantiram que todos compreendessem o trabalho e fossem capazes de o fazer autonomamente, com confiança e com muita segurança. Foi tão bom ver pequenos grupos a formarem-se naturalmente, tratando de uma árvore e depois da seguinte, à medida que avançavam pelo terreno.
Pilhas de ramos cortados foram acumulados sob as árvores podadas, com o objetivo de proporcionar uma elevada concentração de humidade e de matéria orgânica, uma verdadeira reserva alimentar para as raízes das árvores. As estevas situadas demasiado perto das árvores foram cortadas para alimentar estas pilhas de matéria orgânica. Tudo isto permitirá às árvores respirar e ter mais espaço para se desenvolverem, assim como recuperar a sua vitalidade, através de um melhor acesso os nutrientes do solo e à luz e ao sol. Várias eram as árvores que estavam em risco de morrer a curto prazo e, com estas ajudas, vão certamente ganhar uma segunda vida.
É também notável verificar que a maior parte das pessoas que participaram nunca tinham feito este tipo de trabalho e não estavam habituadas a esforços físicos tão prolongados. Apesar do cansaço acumulado, a energia que cada participante colocou de manhã à noite foi surpreendente, completamente natural, e com muita dedicação para tornar reais os nossos planos. Uma grande força de trabalho impulsionada pelo grupo, permitiu a cada um fazer muito mais do que a equipa do André esperava.
E assim terminou a primeira semana de trabalho! Chegaram alguns novos voluntários para reforçar o grupo para a segunda semana, dedicada à plantação.
A segunda semana de trabalho foi dedicada à plantação de mais de 6.000 plantas, divididas em cerca de 20 espécies diferentes, entre elas o sobreiro, a azinheira, o pinheiro, o medronheiro, o zambujeiro, o alecrim, etc.
A maior parte das espécies plantadas são autóctones ou bem-adaptadas ao clima, o que permitirá contribuir para regenerar a paisagem e melhorar as condições do local para que, mais tarde, possa ser possível introduzir também espécies menos comuns na região, para aumentar a biodiversidade e favorecer o desenvolvimento de novos ecossistemas, em equilíbrio e em conformidade com as alterações climáticas.
Previamente foram feitos sulcos para facilitar a plantação e para ajudar a reter mais água quando chove, já que estas são plantações de sequeiro. Plantámos mais árvores do que o necessário, pois sabemos que algumas não sobreviverão, e outras talvez acabem por ser cortadas para dar espaço e para ajudar a criar matéria orgânica para as que ficam. É uma abordagem seguida pelo André e pela sua equipa, que é económica e ecologicamente interessante, e que acaba por resultar em boas taxas de sucesso e em árvores com boa saúde e bem-adaptadas ao terreno.
Durante a semana, recebemos os milhares de plantas de camião (felizmente, a estrada no interior do terreno tinha acabado de ser recuperada – brevemente será publicado um artigo sobre este assunto). Fizemos correntes de pessoas para facilitar o transporte das plantas para dois abrigos perto da ruína, protegidos dos javalis que, de outra forma, poderiam ser atraídos e aproveitar-se das pequenas plantas e da terra fresca e húmida dos vasos! Ao longo da semana, cuidámos destas plantas, organizámo-las de acordo com o seu tipo e com o seu destino final, verificando se estavam em boas condições para serem plantadas.
E assim, começámos por plantar as 3 linhas de sintropia viradas para o lago e que servirão também de corta-vento (para limitar a evaporação do lago). Depois, passámos para as duas encostas sob o caminho que vai da entrada do terreno até à casa do monte. No total, foram plantadas mais de 4.000 árvores e arbustos nestas zonas, incluindo muitas bolotas de sobreiro que nós próprios apanhámos na base de um magnífico sobreiro na zona dos poços.
Descemos depois a encosta até à zona dos dois poços, onde se juntam duas linhas de água que atravessam o terreno. Esta zona foi limpa e arranjada, criando um jardim magnifico, naturalmente integrado, que poderá mais tarde constituir um verdadeiro espaço zen no terreno. Aqui foram plantadas árvores de fruto e arbustos para a produção de óleos essenciais. Por fim, plantámos um grande número de árvores na encosta virada a norte, junto ao lago, para tentar prolongar a floresta climax do terreno vizinho, e o resto das árvores e arbustos na linha de água abaixo do lago, protegida pela floresta de eucaliptos. Estas 3 zonas totalizam quase 2.000 plantas.
Toda a plantação foi feita com muita atenção e delicadeza, seguindo os conselhos experientes do Sandro, do André e do Francisco, que incansavelmente nos mostraram os métodos corretos e corrigiram os nossos movimentos, até que todos estivéssemos completamente à vontade para plantar com confiança e da forma mais adequada possível. Uma vez dominados os vários passos do processo, tornou-se uma verdadeira dança, em que cada linha ou zona de plantação era feita com celeridade, mas com consciência e dedicação. Foi graças à fluidez dos movimentos de plantação e à participação proactiva de todos, que pudemos trabalhar na criação deste espaço junto aos poços, que não estava inicialmente previsto.
Outros acontecimentos marcaram esta semana feliz, como a visita do ICNF – Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (organismo de gestão florestal que valida os pedidos de corte de árvores e que se deslocou ao local para validar o nosso pedido). Foi uma excelente visita e os técnicos mostraram uma grande satisfação por ver o nosso projeto e a nossa abordagem.
No final, foi um grande sucesso, e este é apenas o início desta grande aventura! 😊
Gostaríamos de dizer um grande Obrigado a todos os que participaram diretamente e ajudaram a tornar esta operação possível através do seu apoio!
